UMA MODESTA PROPOSTA PARA PRESERVAR O MEIO AMBIENTE, PREVINIR O USO INDISCRIMINADO DE ÁGUA E AINDA FERTILIZAR NOSSAS FLORESTAS, MATOS E MATAGAIS
Quero aqui propor uma maneira de preservar o meio ambiente que é justa, barata e fácil de emplementar. Justa, porque democrática e acessível a todos; barata, porque é baseada em algo que produzimos em demasia e diariamente; fácil de emplementar, porque basta a boa vontade de todos.
Tudo isso, sem contradizer as direções do nosso presidente. Pelo contrário, indo ainda mais fundo em sua sugestão excrementicia. Além do que, na mais profunda tradição popular, com a qual nosso atual governo parece coadunar, essa modesta proposta é baseada na máxima 'vai cagar no mato’.
Cagar no mato pode ser uma alternativa mais apropriada do que a sugerida pelo governo, poque, ao mesmo tempo em que evitamos disperdiçar os litros e mais litros de água que usamos quando damos descarga, ajudamos a fertilizar nossas florestas, matas e matagais.
Além disso, todos podemos tomar parte nesse empreendimento, tornando-nos membros produtivos em nossas comunidades, independente de classe, cor, gênero ou nível de escolaridade. Se há algo que nos une a todos é o ato de evacuar.
O único problema para a implementação dessa proposta é a questão da alimentação. Se comer pouco, como diz o presidente, é também defecar pouco, podemos estabelecer rodízios e impostos. Quem come mais, contribui mais e regularmente. Para os que comem menos, sejam pobres ou pessoas em dieta, a ideia é que alternem-se, adubando o mato dia sim, dia não. A evidente desigualdade também pode ser sanada com a criação de um imposto sobre a falta de fezes.
Pecunia ex faecibus exturbandis opitulatur.
Da minha parte, professo, com toda sinceridade e apesar do meu intestino regular, que não tenho interesses pessoais em promover essa proposta necessária. O único motivo é o bem comum, implementando um sistema equilibrado, que também seria um alivío, literal e metafórico, para ricos e pobres, bem como para nosso meio ambiente.