10 Discos que Formaram Meus Gostos Musicais: Explicado

Marcelo Mendes
5 min readJun 20, 2020

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Correntes de Facebook: confesso, eu participo

Por que aquelas correntes de discos, filmes e não sei mais o que, que rolam no Facebook, exigem que nunca haja explicação? Eu perdi um tempão pensando nos discos que moldaram meus gostos musicais, dividi nas quatro décadas em que estou nessa terra (cinco, mas 70s não conta, pq eu era bebê Johnson), e não pude me explicar. Mas, agora, que estou livre da corrente, vou explicar cada um deles…

Hey Ho Vamos Lá

Primeiro, eu coloquei Rocket to Russia, dos Ramones, porque foi o primeiro disco que chamei de meu, em termos de gosto. Eu tenho um irmão mais velho e sempre gostei do que ele gostou, até que ele gostou de Metal, que nunca me desceu bem, desde criança. No Ramones, eu me encontrei…

Poiso Ivy = Love

Depois, eu coloquei Stay Sick, do The Cramps, que foi um disco que quase me fez pirar! Tudo que eu sei de música, o jeito q eu toco, as coisas que gosto, tem um quê de Cramps, na bagaceirice, no senso de humor e às vezes até no visual. Poison Ivy é a ainda minha guitarrista preferida e, como ela mesmo disse, só não é considerada a rainha do rock n roll por causa do sexismo!

Deixe estar, deixe estar…

Em terceiro, lá veio os Beatles, mas os Beatles do Let it Be, que é um disco meia boca, comparado com os outros, mas que eu ouvi muito. Meu pai era fã de Beatles e do Johnn Lennon, mas Let it Be foi a minha redescoberta da banda e as músicas ainda me tocam, tipo Across the Universe.

Eu pareço o Buddy Holly, mas estufado

O quarto, eu passei, na minha cabeça, dos anos 80 pros 90, começando pelo Weezer, cujo álbum azul eu achei numa promoção de uma das discotecas 2001, ou sei lá onde, e ouvi sem saber do que se tratava. Logo, Buddy Holly, o single do disco azul, estaria em todos computadores do mundo, porque o clipe vinha junto com uma das versões do Windows, não me pergunte qual.

Tô de olho em você!

Em quinto lugar, veio o RFTC, da banda Rocket From The Crypt. Quando eu ouvi esse disco pela primeira vez, na casa do Harsso, meu amigo de bandas e música, eu pirei. Quase tive um troço: o bom (duvidoso) gosto do Cramps, misturando com os riffs pesados de guitarra e sopro, as letras, o visual. Foda. Ouvi esse disco até enjoar. Enjoar não, porque eu ainda escuto esse disco hoje e acho massa.

Um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos, ponto.

Eu poderia aí, na sessão anos 90, ter colocado discos de outras bandas, tipo Pavement, Teenage Fanclub, entre outras, mas escolhi colocar A Sétima Efervescência, do Júpiter Maçã, porque esse disco me abriu mundos de som e conteúdo, e eu acho até hoje que o Flávio Basso, apesar de reconhecido, é subestimado. Ele é, sim, um dos maiores artistas brasileiros do século XX. Foi formativo para mim de várias maneiras.

Disco do coração: não minto, copiei

Comecei os anos 2000 com o disco dos Atonais, uma banda que não existiu muito bem, mas que juntava dois dos amigos que mais admiro, o Leandro Blessmann e o Marcelo Birck. Escolhi esse disco porque ele sintetiza o começo dos meus anos 2000, conhecendo novos sons e pessoas, entre elas, os dois amigos citados. Poderia ter sido o disco do Birck, também de 2000, que é um dos melhores e mais inovadores trabalhos de um guitarrista no Brasil e no mundo. Mas a simplicidade dos Atonais é algo que me acompanha até hoje.

A moda tá fora de moda

Continuando com os 2000, em oitavo lugar, veio o disco do Ronnie Von, de 1968. Foi nos anos 2000 que o descobri, por conta do Marcelo Birck e do Rodrigo 90. É um disco que me influenciou muito, pelo jeito de cantar, pelo teor das músicas, etc. Eu gravei discos na vida, até agora quatro, e todos eles têm uma referência a esse disco, de uma forma ou de outra. Dou um prêmio pra quem achar todas!

Não sou seu cristo ou salvador

Foi aí que comecei a pensar que deveria deixar um espaço para os últimos anos, a década de 10. Eu fiz isso, porque meu gosto musical foi profundamente impactado por coisas novas, fruto da minha inquietação pessoal, mas também da estagnação dos meus pares, que adoram dizer que antes era melhor. Isso me irrita profundamente! Então, eu comecei essa década com o disco Last of the Country Gentlemen, do Josh T. Pearson, porque esse disco foi um dos que me lançou nessa aventura do novo. Quando escutei pela primeira vez Woman, When I’ve Raised Hell, fique impressionado: a narrativa, a voz, a melancolia. Lindo e feio.

Te amo, ursinho!

Finalmente, eu escolhi I Love You Honeybear, do Father John Misty, como o último disco a influenciar meu gosto musical. Foi um momento definitivo, pra mim, ouvir esse disco e poder dizer: sim, há coisas excepcionais sendo feitas hoje e que, além de tudo, nos fala sobre como somos hoje. Nada contra o antigo, até tenho amigos velhos, mas ouvir Josh Tillman cantando suas letras engraçadas, profundas e tristes é uma experiência foda.

É isso, garotada. Se você chegou até aqui, te amo. Senão, te amo também!

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